Os tempos de espera para os camiões em Dover poderão aumentar até 50% em caso de “hard Brexit”, prevê a Drewry. Ainda assim, o porto poderá responder às necessidades, se…
O relatório da consultora cruzou a capacidade portuária de Dover, com a capacidade alfandegária actual e prevista e a capacidade das embarcações dos dois operadores ro-ro que ali escalam, DFDS e P&O Ferries. A conclusão é que as operações no porto poderão continuar relativamente desimpedidas ainda que os processos, os tempos de paragem e a demora processual em Calais aumentem 50%.
A Drewry realça porém, que essa previsão não inclui horários de pico. Além disso, se os tempos aumentarem acima dos 50%, carregadores, transitários e transportadores rodoviários podem enfrentar sérios congestionamentos.
“A capacidade portuária de Dover é suficiente para lidar com operações normais; a capacidade dos vários elementos parece bem equilibrada. A capacidade em termos de navios é, actualmente, o factor limitador”, indica a consultora.
Desde a Drewry apontam que a presente capacidade de Dover – sete cais com capacidade para receberem navios com 12 mil a 14 mil veículos por dia – até seria, em tese, suficiente para lidar com um aumento de 50% nos tempos de processamento.
A consultora adverte, contudo, que, para tal, Dover teria de manter os tempos de check-in de veículos altamente eficientes. “A capacidade de produção portuária de Dover seria limitada no caso de uma duplicação do tempo de check-in, dos actuais dois para quatro minutos”, indica a consultora.
O porto britânico já reagiu ao estudo e mostra-se confiante. “O Porto de Dover trabalha com o governo há muitos meses para projectar novos processos alfandegários que facilitarão o fluxo desse tráfego mesmo no caso de um Brexit sem acordo”, indica.