Dezembro é a nova data prevista pela Infraestruturas de Portugal (IP) para a reabertura ao tráfego da Linha da Beira Alta.
Em Abril do ano passado, a IP anunciou o fecho da Linha da Beira Alta, com a justificação de, assim, acelerar os trabalhos de modernização daquela via, essencial ao encaminhamento das mercadorias de/para Espanha. Na altura, à cautela, a IP falou num “período estimado de nove meses”, o que atirava para o fim de 2022, início de 2023, a reabertura ao tráfego. Hoje soube-se que Dezembro é o novo horizonte.
A notícia foi avançada pelo “Público” e confirmada pelo TRANSPORTES & NEGÓCIOS junto dos operadores ferroviários afectados, que foram também hoje informados do atraso.
A realização de trabalhos não previstos e as dificuldades na contratação de mão-de-obra e materiais são as razões invocadas para justificar mais um ano de atraso na modernização da Linha da Beira Alta que o Ferrovia 2020 previa ficasse pronta algures em 2019.
O fecho da linha penaliza sobretudo o transporte de mercadorias. Porque a alternativa ferroviária (Linha da Beira Baixa) é mais cara e tem menos capacidade, e porque a transferência das cargas para a rodovia arrisca ser uma ida sem volta.
Como se isso não bastasse, as prometidas compensações pelos sobrecustos operacionais suportados pelos operadores de mercadorias (para que nem eles, nem os seus clientes sintam a diferença na factura a suportar) continuam por ser pagos.
O atraso da modernização da Linha da Beira Alta poderá também atrasar a implantação do porto seco que o Porto de Leixões se propõe desenvolver na Guarda, uma vez que parte do terreno a ele destinado, na estação ferroviária local, está ocupado com o estaleiro das obras.