A SCOP SeaFrance, que agrega os cerca de 600 trabalhadores da MyFerryLink, rejeitou uma oferta da DFDS para 202 postos de trabalho.
A DFDS toma hoje posse dos dois ro-pax propriedade da Eurotunnel e que até aqui integravam a frota da MyFerryLink, operada pela SCOP SeaFrance.
Com o fim da MyFerryLink 600 trabalhadores da SCOP Sea France voltam a ficar sem ocupação (já são ex-trabalhadores da SeaFrance).
A DFDS propôs-se ficar com alguns activos da SCOP e assumir 202 trabalhadores, lançando um terceiro navio na ligação entre Calais e Dover. Mas a proposta foi recusada pelos administradores da SCOP (entretanto colocada em gestão controlada sobre alçada do Tribunal de Comércio de Boulogne.
Entretanto mantém-se o caos no porto de Calais. Um dirigente sindical dos agora ex-trabalhadores da MyFerryLink já deixou o aviso:
“Queremos que os governos francês, inglês e belga entendam que se não for encontrada uma solução para salvar os 600 postos de trabalho, haverá muitas perturbações [de tráfego na Mancha] este Verão”.
Recorde-se que a Eurotunnel desistiu da MyFerryLink ao cabo de meses de batalha legal com a Autoridade da Concorrência britânica, que sempre entendeu (ao contrário da congénere francesa) que a combinação das operações ferroviárias e marítimas na Mancha conferia à Eurotunnel uma posição dominante no mercado.
A Eurotunnel propõe-se agora operar apenas com um ro-ro, em complemento da ligação ferroviária. Os dois ro-pax foram cedidos à DFDS, concorrente da MyFerryLink e uma das mais acérrimas críticas da operação daquela.