O Presidente da França, François Hollande, colocou oficialmente a “primeira pedra” na extensão do porto de Calais, um projecto orçado em 900 milhões de euros e com conclusão prevista para 2021.
O elemento central desta expansão será um novo terminal de 130 hectares, o qual permitirá ao porto francês da Mancha receber os navios ro-ro de nova geração (com comprimentos de até 240 metros, contra os actuais 213 metros).
Para melhorar as acessibilidades marítimas, será construído um novo quebra-mar / molhe de protecção exterior com três quilómetros de extensão, que criará uma nova bacia de rotação de maiores dimensões.
O projecto inclui ainda a construção de 90 hectares adicionais de espaço de aparcamento para camiões e a instalação de novas infra-estruturas ferroviárias para favorecer a integração modal.
O porto de Calais e a ligação entre Calais e Dover integram a rede “core” da Rede Transeuropeia de Transportes (TEN-T). Na outra margem da Mancha também se trabalha na expansão do porto.
Calais não quer muro n’“A Selva”
À chegada a Calais, o Presidente francês reiterou que o campo de migrantes conhecido como “A Selva”, onde um número estimado de nove milhares de pessoas vive em condições degradantes, tem de ser “desmantelado completa e definitivamente”.
A presidente da Câmara Municipal de Calais, Natacha Bouchart, referiu, por seu turno, que continuará a tomar todas as medidas jurídicas para evitar a construção do anunciado muro de quatro metros de altura e um quilómetro de comprimento a ladear o campo de migrantes, na estrada de acesso ao porto.
“Já estamos a sofrer o suficiente sem termos esse muro”, referiu Natacha Bouchart numa entrevista a uma cadeia nacional francesa de televisão. “Calais está a ficar fechada em todo os lados. Eles [as autoridade nacionais] vão erigir um muro com um quilómetro e, depois, outro será adicionado. Onde é que isto vai parar?”, questionou a autarca francesa.
Têm sido múltiplos os casos de migrantes que tentam subir a bordo dos camiões para passarem clandestinamente para o Reino Unido.